domingo, 24 de agosto de 2008

Dia dos casais chatos

Por Juliana Wecki

Semana passada foi o dia dos namorados. O que mais se via na rua eram casaizinhos apaixonados caminhando de mãos dadas, e meninas levando seus recém recebidos buquês de flores. Parece que as pessoas tomam banho de mel no dia 12 de junho e vão ver seus amados. “Nhonhozinho” para cá, “donzdonzinho” para lá... É uma melação!

Agora, sejamos sinceros, alguém aguenta isso? Me chamem de coração gelado, ou qualquer coisa parecida, mas não consigo gostar de ver demonstrações de carinho por aí. Quer ficar abraçado na namorada, eu respeito. Mas poupe meus ouvidos de ouvir apelidos mela-cueca, ou meus olhos de ficar assistindo a “beijos-desentupidor”.

Será que é tão difícil de perceber que isso é muito chato? Quem nunca passou pela situação de estar na fila do cinema e ter dois pombinhos por perto, se chamando por apelidinhos e sem conseguir se desgrudar. Ou então, estar entre um grupo de amigos e ter aquele casal que parece estar em um universo paralelo: ela olha para ele, ele não tira os olhos dela e eles ficam assim, em estado de contemplação. Ora se beijam, estão sempre grudados, e o principal: não compartilham da conversa do grupo.

Há um tempo atrás, li um texto em que a autora pedia que adultos também dessem beijos apaixonados na rua, prática tão comum entre adolescentes. Meu apelo é exatamente o contrário: deixem a intimidade para a intimidade.Ninguém precisa saber da vida amorosa de ninguém. Ninguém precisa ver a intimidade de ninguém.

Isso não não é um apelo para que os casais de namorados passem a ser frios um com o outro. Demonstrem o carinho com palavras, com gentileza. Amem seus namorados. Tratem da melhor maneira possível. Mas respeitem os outros. Ninguém precisa ficar provando seu amor para toda a torcida do Flamengo. Deixem as “atitudes práticas” para as quatro paredes.

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